flores,...
- Jéssica Vieira
- 23 de mar. de 2018
- 2 min de leitura
Fui desafiada a escrever, escrever sobre flores. Bem, inicialmente pensei: será que sabem que escrever um livro de botânica não é bem a minha prioridade? Depois lembrei-me que somos iguais a elas ou, pelo menos, temos algo que se assemelha a elas. Todos precisamos de algo que nos faça continuar a lutar e a viver. As flores necessitam que cuidemos delas e as reguemos e é nisso que somos tão parecidos. Nós não precisamos de ser regados no sentido literal da expressão mas que reguem o que de bom há, que não deixem murchar qualquer tipo de sentimento. Amor e ódio, coisas tão distintas e tão ligadas. Quando amamos temos tendência a regar esse sentimento a cada dia que passa, lembrando a pessoa amada com palavras ou atitudes mas, quando do ódio se trata é quase como se fosse uma erva daninha que só nos vai fazer mal, magoar. O que fazemos para continuar bem? Cortamos o mal pela raiz e temos tendencia a nos livrar desse ódio, dos sentimentos maus e do que poderiam trazer. Deixamos ir embora.
É como se todos em conjunto fossemos um jardim. Todos somos uma flor. Não importa se somos rosas, margaridas, tulipas apenas importa que, tal como elas, esperamos ser cuidados todos os dias e não ser-mos esquecidos a murchar à luz do sol. Infelizmente, muitas ervas daninhas se aproximam de várias flores e elas acabam por ser arrancadas. Vão para um lugar melhor, pôr outro lugar mais bonito.
Esta metáfora toda para no fim acabar por dizer que se há alguma coisa de boa temos que a alimentar todos os dias, se vimos que podemos fazer diferença na felicidade de alguém devemos cuidar dessa pessoa. Mas, em contrapartida, se há algo que nos deixa mal, nos faz duvidar se somos suficientes ou não, se fazemos falta ou não, aí devemos partir ou deixar ir. Infelizmente nem todas as pessoas são feitas para ficar e num jardim há de tudo e se uma erva daninha ficar demasiado tempo acabará por matar a flor. Como humanos, somos flores demasiado boas e temos a consciência de quando uma flor se tornou em erva, quando ela murchou e já não nos faz falta, não colabora para o nosso bem.




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