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aceitação

  • Foto do escritor: Jéssica Vieira
    Jéssica Vieira
  • 1 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Já não escrevo desde o momento em que a quarentena me obrigou a fazê-lo e a libertar toda a indignação pelo facto de estar fechada, engaiolada como me referira.

Hoje não, não venho divagar sobre estar presa entre quatro paredes. Agora, falar-vos-ei de mim e daquilo que me foi dado, previsto para a minha vida.

Muitos me conhecem por várias razões, as melhores, espero. Pois, ninguém gostaria de ser conhecido pelas piores e muito menos por mentiras alheias que vão criando a nossa personagem na cabeça de alguém antes de nós conseguirmos intervir.

Vamos começar e garanto-vos que isto não será secante e como na vossa série da netflix, haverá um plot-twist.

O meu nome é Jéssica, tenho 20 anos mas isso é o básico e o que todos sabem. Basta acederem a qualquer rede social minha que, pelo menos, 2 ou 3 coisas sobre mim já garantem saber. Pois, imaginem as pessoas criarem a ilusão que sabem o que vocês são, sentem e etc por publicações desnecessárias criadas para marcar apenas um momento, um pensamento, um sentimento. Tal como nas mentiras alheias, esta versão da nossa essência não é real. E por falar em redes sociais, eu tenho o hábito horrível de criar arte. Já imaginaram o que seria alguém viver de arte? Impensável. Seguir sonhos? Quase chocante para o mundo de hoje. Pois é. A verdade é que eu sofro de demasiada ansiedade e para a controlar eu entrego-me a 100% à arte, seja ela fotografia, youtube, desenho e até escrita. Mas adivinhem só, faz-me mal e faz-me bem. Porquê? Conhecem aquele cliché de que em tudo de bom há algo de mau e vice-versa? Pronto, isso aplica-se aqui. Eu faço a minha arte toda feliz para vocês que são o meu "nivho", o meu "publico". Eu faço-a de livre e animada vontade mas depois partilho-a. Partilho algo que me ajudou a controlar a ansiedade como se de aprovação necessitasse. E piora, é verdade, piora porque depois não recebo os resultados que tinha idealizado e aí não há como negar que tudo exposto nos domina, todo o apreço de outrém nos suga.

Mas dar-vos-ei um pouco mais de mim. Querem algo sumarento? Acho que com este tempo aceitamos sempre um refresco. Ahhhh, o Verão.....calor, praia, piscina, sol, pouca roupa....Esperem, pouca roupa mas não para todos, não para mim pelo menos. Eu estou constantemente a deteriorar a minha imagem e quem eu sou. E tudo tem uma razão, uma explicação. Eu sei-la mas é demasiado dificil para mim encará-la. A verdade é que jamais me imaginarei numa praia, a voltar a tirar fotografia, coisas que eu fazia com o máximo do gosto ou, pelo menos, que não me stressavam tanto antigamente. Eu sou obcecada pela minha imagem e foco-me demasiado no que eu era. Castigo-me ao ver fotos de quando eu estava no meu auge e depois vejo como estou e que nada posso fazer porque não é questão de dietas ou exercicios porque esses estão inseridos na minha vida. A questão aqui é hormonal e, por muito que eu o saiba, não o meto na cabeça e continuo a magoar-me apenas com pensamentos, comparações, "e ses".

Preciso de aceitação como ja referi, mas não é a vossa. Acima dessa tem que estar a minha. Eu tenho que me aceitar e parar de querer ser tão perfeccionista, tenho que parar de arranjar maneiras para parar de perturbar o meu psicológico. Sim, não preciso da vossa aprovação, da mesma maneira que não preciso que comentem como estou. Eu sei, há algo a mais. Acreditem que eu sei, sou a primeira a vê-lo e a afirmá-lo todos os dias. Eu sei porque eu também sei julgar o meu próprio corpo e bem melhor que vocês pois ninguém o conhece tão bem quanto eu. Sei-lhe decor, todos os ângulos e imperfeições.

Isto já se está a tornar um pouco intenso para um texto que devia ser uma brincadeira meio que auto-biográfica. Mas é a verdade. É isto que me passa pela cabeça. Eu sei, isto tem que mudar. Eu estou a tentar. As imperfeições que eu sei decor estou a tentar aceitá-las em vez de as julgar a todo o custo, de igual modo tento abraçar tudo de bom que há em mim porque isso jamais ninguém verá ou saberá tão bem quanto eu.

Acho que era isto. Obrigada se conseguiste aqui chegar. Abraça o teu corpo e agradece-lhe por te ter carregado mais um dia, eu certamente também o vou fazer.


 
 
 

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